Margarida Abreu

Percursora e mentora de muitas figuras da dança em Portugal, Margarida de Abreu faleceu hoje. Notável sobretudo pela função educativa, no Conservatório e fora dele, marcou de forma indelével a actualidade cultural lusa.

Made in China

Foto: AP

A little politics, to spice things up...

Foto: Ahn Young-joon/AP

Mais um...

Agora, venham mais cinco...

Procura-se...

Um emprego interessante, aliciante, dinâmico, com possibilidade de evolução pessoal e profissional, de preferência nas áreas de marketing e comunicação.

Coming soon...

"O Paraíso, Agora!"

Hany Abu-Assad realizou este filme que retrata algumas horas na vida de dois bombistas suicidas. Em "O Paraíso, Agora!", Said e Khaled são confrontados com a concretização e cumprimento de uma realidade que acaba por se revelar assustadora. Avisados na véspera, sem oportunidade de se despedirem da família, não podendo revelar a ninguém o que iriam fazer, são preparados para a "guerra santa" - purificados, alimentados (numa cena evocativa da Última Ceia), vestidos a rigor, como colonos na Palestina, fotografados e filmados. Pretendia-se que fosse uma película realista, nua e crua de intenções. Realmente, mostra-nos ou pretende fazê-lo, que são homens e mulheres, não loucos fanáticos, que se imolam à causa muçulmana. Que têm medo, hesitam e questionam. Mas fá-lo de forma pouco convincente e coerente, embora politicamente se compreenda que tenha recebido os prémios de Melhor Filme Europeu, Amnistia Internacional e Prémio do Público no Festival de Berlim, bem como Globo de Ouro para Melhor Filme Estrangeiro, tendo sido o primeiro filme palestiniano nomeado para os Óscares.

98 Octanas

Confesso que até ver O Delfim e Lá Fora não daria o devido valor a Fernando Lopes, mas o trabalho magnífico de realização nestes dois filmes, completado pela não menos assinalável interpretação da dupla fétiche Alexandre Lencastre e Rogério Samora, cria-me uma certa expectativa para este 98 Octanas com música de Bernardo Sasseti.

Aeroporto

Ultimamente tenho passado algumas horas no Aeroporto Internacional da Portela. Infelizmente para mim não por razões profissionais (é uma das vantagens de que sinto falta dos tempos da bola...) mas há algo de estranho na minha relação com estes pontos de passagem e confluência. Nas chegadas, gosto de ficar a um canto, enquanto espero, a observar as reacções e situações mais disparatadas, com tendência a agravar a minha descrença na espécie humana. Que somos muito emotivos já todos sabemos (??!!) mas ultrapassa-me por completo a histeria frenética e gesticulatória que invade as pessoas perfiladas em pé, durante horas, como se as companhias aéreas se regessem pelos seus relógios biológico-emocionais. Interessantes são as expressões de quem chega, especialmente quando não têm ninguém à espera ou não os conseguem encontrar - são amálgamas de desamparo e desprezo... As partidas são simultaneamente melhores e piores, o que pode relacionar-se com um certo receio que le cadavre tem de tirar os pés do chão. Aquela sensação de partir, deixar tudo para trás, propicia-nos um alívio apenas ‘diminuído’ pela antevisão do meio de transporte. Passando o kitsch da expressão, é quase uma relação amor-ódio...