Friday, September 08, 2006

Aeroporto

Ultimamente tenho passado algumas horas no Aeroporto Internacional da Portela. Infelizmente para mim não por razões profissionais (é uma das vantagens de que sinto falta dos tempos da bola...) mas há algo de estranho na minha relação com estes pontos de passagem e confluência. Nas chegadas, gosto de ficar a um canto, enquanto espero, a observar as reacções e situações mais disparatadas, com tendência a agravar a minha descrença na espécie humana. Que somos muito emotivos já todos sabemos (??!!) mas ultrapassa-me por completo a histeria frenética e gesticulatória que invade as pessoas perfiladas em pé, durante horas, como se as companhias aéreas se regessem pelos seus relógios biológico-emocionais. Interessantes são as expressões de quem chega, especialmente quando não têm ninguém à espera ou não os conseguem encontrar - são amálgamas de desamparo e desprezo... As partidas são simultaneamente melhores e piores, o que pode relacionar-se com um certo receio que le cadavre tem de tirar os pés do chão. Aquela sensação de partir, deixar tudo para trás, propicia-nos um alívio apenas ‘diminuído’ pela antevisão do meio de transporte. Passando o kitsch da expressão, é quase uma relação amor-ódio...

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