Tuesday, October 02, 2007
Quando morrer não quero velório. Não vou estar só, não vou estar e ponto, não sentirei a falta das pessoas e não quero ser pretexto para uma reunião social mexeriquenta e coscuvilheira em que a única solidão é a de quem não sabe chorar a perda e pensa que a forma mais fácil é mostrar aos outros a sua dor ou a ausência dela...
Tuesday, September 25, 2007
MUMIFICADO
É assim que se sente o cadavre. Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos... Inexoravelmente mumificado...
Monday, May 21, 2007
Pagar para trabalhar
É triste mas completamente verdade. Em certos sectores de actividade no nosso 'paraíso' à beira mar plantado, quase que precisamos pagar para trabalhar. Estranhamente, tenho uma certa propensão para os escolher. Primeiro foi a comunicação, agora é a cultura, embora os sintomas sejam diferenciados. Numa, adaptável a qualquer sector, fui trabalhando. Agora, noutra, a experiência anterior não conta. Somos uma tábua rasa independentemente do que aprendemos, fizemos e sabemos realmente... Enfim...
Monday, April 30, 2007
Personal hell
Unlike the song we are used to hearing from Depeche Mode’s vocalist, I believe everyone has its own personal hell. Mine has been going on for quite a while now, almost since I remember myself (which is quite a bit), but it has gotten a lot worst over a year ago, around January 2006. The difficult thing here is that it seems to be a dead-end for me, there is no where to run, no where to hide…
Monday, April 23, 2007
Da justiça
Se considerarmos que este mundo é mesmo justo (gargalhada deveras forte), então eu devo ter sido péssima pessoa nesta ou noutra vida... quase 10950 dias de calvário...
A publicidade é conservadora
E esta campanha institucional e governamental denominada "Novas Oportunidades" cumpre perfeitamente o objectivo. De forma perfeita. Os portugueses não consideram determinadas profissões dignificantes. Então vamos reforçar e confirmar esta ideia disseminada no seio da nossa sociedade. Vamos mostrar às pessoas que não puderam/quiseram ou tiveram oportunidade (riscar o que não interessa) de progredir nas suas carreiras académicas que não passam de "carne para canhão". Vamos iludi-las com a promessa de vidas desafogadas, fulgurantes e famosas. Como se um "canudo" no nosso país garantisse algo. Não é que considere mau o esforço de qualificação da população activa em Portugal - é absolutamente necessário e imperativo fazê-lo! Neste caso, a mensagem sofre com o meio, este acaba por deturpar o sentido cívico e educacional da primeira. O que é realmente uma pena... Mas se considerarmos esta campanha uma forma de perpetuar a ordem estabelecida, então obedece perfeitamente a este 'modus' social a que se destina...
Concordo e subscrevo!
"Uma questão de dignidade
[17-04-2007]
O programa “Novas Oportunidades” que o governo está a levar a cabo é uma iniciativa positiva. A preocupação com a qualificação dos portugueses é legítima e as medidas para a elevar são bem-vindas. O que não se compreende é a estratégia de comunicação adoptada para defender o programa. Apresentar um conjunto de figuras conhecidas no papel de perdedores porque não acabaram os estudos é um insulto a todos aqueles que, pelas mais diversas razões, não possuem outras habilitações que não sejam a sua competência e o seu desempenho profissional. Portugal continua a ter índices de insucesso e abandono escolar muito elevados. As qualificações médias dos portugueses continuam a ser bastante inferiores às dos restantes países europeus. Não é apenas a competitividade da nossa economia que está em causa, é o direito constitucional à educação e à cultura, condição da igualdade de oportunidades, da superação das desigualdades, do desenvolvimento da personalidade e do progresso social, que não está a ser garantido. Por isso tenho defendido a ideia de uma segunda oportunidade em educação como um novo direito social. Mas uma coisa é defender uma segunda oportunidade em educação, outra é denegrir profissões apresentadas nesta campanha como desqualificantes. É uma questão de dignidade. Trinta e três anos depois do 25 de Abril, o culto do sucesso pelo sucesso não pode levar ao insulto a todos aqueles que realizam com brio e dedicação o seu trabalho, seja qual for a profissão que exerçam."
Manuel Alegre, Presidente do Conselho de Fundadores do MIC
[17-04-2007]
O programa “Novas Oportunidades” que o governo está a levar a cabo é uma iniciativa positiva. A preocupação com a qualificação dos portugueses é legítima e as medidas para a elevar são bem-vindas. O que não se compreende é a estratégia de comunicação adoptada para defender o programa. Apresentar um conjunto de figuras conhecidas no papel de perdedores porque não acabaram os estudos é um insulto a todos aqueles que, pelas mais diversas razões, não possuem outras habilitações que não sejam a sua competência e o seu desempenho profissional. Portugal continua a ter índices de insucesso e abandono escolar muito elevados. As qualificações médias dos portugueses continuam a ser bastante inferiores às dos restantes países europeus. Não é apenas a competitividade da nossa economia que está em causa, é o direito constitucional à educação e à cultura, condição da igualdade de oportunidades, da superação das desigualdades, do desenvolvimento da personalidade e do progresso social, que não está a ser garantido. Por isso tenho defendido a ideia de uma segunda oportunidade em educação como um novo direito social. Mas uma coisa é defender uma segunda oportunidade em educação, outra é denegrir profissões apresentadas nesta campanha como desqualificantes. É uma questão de dignidade. Trinta e três anos depois do 25 de Abril, o culto do sucesso pelo sucesso não pode levar ao insulto a todos aqueles que realizam com brio e dedicação o seu trabalho, seja qual for a profissão que exerçam."
Manuel Alegre, Presidente do Conselho de Fundadores do MIC
Tuesday, April 03, 2007
Longas ausências, dias ainda mais distendidos
Para alguém que nunca conseguiu viver de forma despreocupada e ‘alegre’ – sim, porque considero a felicidade um conceito distante e difícil senão impossível em termos absolutos – estes dias de estímulos langorosos infindáveis oferecem mais espaço psicótico depressivo para deambulações de todo dispensáveis à sanidade de qualquer um, ainda mais para a pouca que me resta. A actividade cerebral intensa potenciada pela abrangência diária da luz solar recorda-me “Insomnia” de Christopher Nolan tanto em processo como resultado final – a quase demência que a incapacidade de dormir provoca em Al Pacino. Pois, por vezes e com cada vez maior frequência, é assim que me sinto – a um passo do ‘other side’...