Tuesday, June 20, 2006

Alkantara

Foto: Alkantara

Independentemente de textos específicos sobre espectáculos a que tive oportunidade de assistir, e que tenciono acrescentar (grande parte já foi feita no âmbito de um trabalho académico – é o famoso aproveitamento de recursos), considero importante que se faça um pequeno balanço deste festival de artes performativas que, passados 13 anos sobre a primeira edição do Danças na Cidade (o antecessor), trouxe de novo a Lisboa a dinâmica da criação e criatividade artística em diferentes âmbitos e manifestações.
Na verdade, Lisboa esteve um pouco órfã durante estes anos. Esta dinâmica que o Alkantara conseguiu ressuscitar, e que pudemos sentir ao longo da história do Danças, faz falta a cidades que se querem evoluídas, cosmopolitas, eclécticas e constantemente em progresso.
Os “mundos em palco” foram imensos, bem como os ‘palcos’ em si, desde os locais habituais a apartamentos e percursos pelas ruas da cidade, passando por sítios inesperados. Como em outras ocasiões nem sempre os eventos corresponderam às expectativas do(s) público(s) e este último, como habitualmente, ficou muito aquém do desejado. Há algo de estranho com o público típico português, que não esperávamos encontrar por estas andanças mas que, afinal, apareceu. Não só não se informa sobre os espectáculos a que vai assistir, bem como não percebeu ainda que não bastam os actos de ir e estar presente mas que é necessário respeitar os outros espectadores, que sabem que não estão numa soirée de stand up comedy, e, sobretudo, os criativos e artistas que possibilitam que tudo aconteça.
Neste balanço muito positivo, existem alguns pontos que carecem de atenção. Não contemplando o público, uma incógnita permanente, não se consegue entender porque é que não havia uma linha gráfica única, global e coerente para todos os eventos, independentemente dos locais de realização. Compreendemos que certas instituições queiram manter a sua imagem gráfica mas, a partir do momento em que participam numa iniciativa desta natureza, existem outros factores a ponderar. Outra questão foi a impossibilidade de adquirir bilhetes de forma centralizada. Por último, deixamos uma outra nota – a televisão ignorou quase por completo o Alkantara, algo que parece estranho quando, meses antes, o Indie Lisboa 2006 conheceu bastante destaque...

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